Panorama do consumo de opioides no Brasil

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No Brasil, o consumo de opioides tem sido um tema de crescente preocupação nas últimas décadas. Tradicionalmente, o uso desses medicamentos era restrito a pacientes em situações de dor aguda ou crônica, como casos de câncer ou pós-operatórios. No entanto, dados recentes indicam um aumento significativo na prescrição e uso desses medicamentos, não apenas para condições médicas severas, mas também para dores crônicas menos graves. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), houve um aumento de cerca de 465% na venda de opioides entre 2009 e 2019, destacando uma tendência preocupante que segue padrões globais observados em países como os Estados Unidos.

Impacto na Saúde Pública

Esse aumento no consumo tem importantes implicações para a saúde pública. Embora os opioides sejam eficazes no alívio da dor, seu uso prolongado pode levar à dependência e ao abuso, além de outros efeitos adversos, como constipação, náusea e, em casos extremos, overdose. Estima-se que no Brasil, cerca de 0,5% da população adulta tenha algum nível de dependência de opioides, um número que pode parecer pequeno, mas representa um risco significativo para a saúde pública. A dificuldade de acesso a tratamentos adequados de desintoxicação e reabilitação agrava a situação.

Políticas de Controle e Regulação

Para combater o aumento no consumo de opioides, o governo brasileiro tem implementado diversas políticas de controle e regulação. A Anvisa, por exemplo, estabeleceu regras mais rígidas para a prescrição e dispensação desses medicamentos. Em 2011, a RDC 20 determinou que a prescrição de opioides deve ser feita exclusivamente por meio de receituário especial controlado, o que permite um monitoramento mais rigoroso do seu uso. Essas medidas visam reduzir a disponibilidade de opioides e prevenir o abuso, mas sua eficácia ainda está sendo avaliada.

Desafios na Implementação

Um dos principais desafios na implementação dessas políticas é o equilíbrio entre controlar o abuso de opioides e garantir o acesso necessário para pacientes que realmente precisam desses medicamentos. Muitos profissionais de saúde relatam dificuldades em prescrever opioides devido ao medo de represálias legais, o que pode levar ao subtratamento da dor em pacientes que sofrem de condições crônicas. Há uma necessidade urgente de capacitar médicos e farmacêuticos para um manejo adequado dos opioides, incluindo estratégias de descontinuação segura e alternativas terapêuticas não-opioides.

Comparação Internacional

Quando comparado a outros países, o Brasil ainda apresenta níveis relativamente baixos de consumo de opioides, mas a tendência de aumento é similar à observada nos Estados Unidos e na Europa. Nos EUA, a crise de opioides levou a uma epidemia de overdoses, com mais de 47.000 mortes por overdose em 2017, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A Europa também enfrenta desafios semelhantes, com o Reino Unido e a Alemanha reportando aumentos significativos no consumo de opioides e nas taxas de dependência. Enquanto o consumo de opioides no Brasil ainda está em níveis controláveis, a tendência de aumento requer uma resposta coordenada e proativa. Políticas de controle, educação e inovação em tratamentos são essenciais para garantir que os benefícios dos opioides possam ser aproveitados sem os riscos associados ao seu uso inadequado. Inscreva-se para receber mais conteúdos como esse!

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/articles/cn0pg9wxx2go#:~:text=No%20Brasil%2C%20os%20opioides%20j%C3%A1,utilizaram%20opioides%20sem%20prescri%C3%A7%C3%A3o%20m%C3%A9dica.

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